segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Faz tempo que não escrevo nada, né?
Não tive vontade.
Também estou com a cabeça cheia demais (para usar uma expressão popular) para pensar nisso.
Idiota, sim, porque quando comecei a escrever, isto era uma forma de terapia.
E um pouco de exibicionismo, também.
E o blog era um lugar onde eu gostava de escrever as coisas que eu penso.
Mas parei de pensar, também.
Não, nem tanto, mas...
Bom, cabeça cheia, espero que esteja claro.

Agradeço às poucas pessoas que perguntaram sobre eu ter sumido do blog. Naqueles momentos não consegui perceber, mas agora peço desculpas por ter respondido de um jeito grosso (como provavelmente fiz). É o meu comum. Talvez tenha sido até um pouco mais estúpido, porque este é um assunto que mexe bastante comigo. Obrigado. Desculpem.

Desde que o blog deixou de ser puramente terapia,
(quando comecei a contar para as pessoas que eu tinha um blog)
ele se tornou um meio de comunicação em massa.
Foi daí que veio a expressão "de mim para o mundo" que está na descrição do blog.

Teve uma época em que as postagens eram 'dedicadas', abertamente.
Foram as épocas do Grande Garoto, um dos personagens que desempenho.
Sim, porque eu sou um ator encenando uma peça que minha imaginação concebeu.
Um péssimo ator que gosta de ver atores habilidosos. E não chega a ser exigente. É iludido pelos efeitos mais básicos. Não teve uma educação artística crítica. Só informativa. Pelo menos essa (obrigado, mãe, pai).

Dia desses lembrei deu ma época estranha... Foi a adolescência. Época terrível. Um dos efeitos é que tenho sido mais condescendente com meu irmão, 15 anos.
Foi a época em que eu percebi que poucas pessoas entendiam o que eu falava.
Aí comecei a escrever.

E agora, depois de tanto tempo, tenho muitas coisa pra falar.
Estava sentindo falta de me abrir.
De dizer que não faz muito sentido fazer tantos planos.
Coisas acontecem.
Coisas boas e ruins, mais ou menos na mesma proporção, para cada um.
Às vezes em épocas.
Tempos bons e tempos ruins.
Sorte no jogo, azar no amor, estas coisas.

Saudade de citar os caras que eu gosto de ouvir:
"Eu só estranhava quando te via nua
e preferia de vestido bordô"
Oswaldo Montenegro

Saudade de dizer coisas como:
Estar solteiro é bom.
Na boa. Adoro conchinha, e estas coisas. Até prefiro,
Mas estar solteiro é bom.

Não to falando de putaria, não. É o que menos faço. Gosto da liberdade de não precisar pensar muito nas coisas que vou fazer, falar, escrever.
Gosto de dizer "o dia em que a arte tiver regras eu volto a fazer hamburger no McDonald's, que é mais fácil" mas, mesmo sem querer, quando estou namorando não escrevo certas coisas.

[Nunca sei a grafia correta de hamburger (que em português se escreve hambúrguer), mas Google + Wikipedia ajudam, gente. Não é difícil. E é mais bonito.

Não, não estou indo contra minha própria Reforma Ortográfica (eu tenho uma, sabiam?), que prega a liberdade de grafia. Mas segundo uma lógica. Exemplo: se a palavra "lógica" é escrita com 'g', por que escrever com 'j'? CaSa, eXistir, conSCiência, faZer, bAcon, e outras.
Só para fechar o raciocínio, minha Reforma Ortográfica é simples. O caso das palavras compostas, por exemplo. Querem que umas sejam, outras não, né? Só pra complicar. Facilitemos: separa tudo que for composto. Super-mercado, se quiserem. Faz sentido. Eu, autor, dou meu toque pessoal: um charmoso hífen em palavras como re-encontro. Este tipo de hífen não tem a menor finalidade. Apenas estético e chato, como batom.

Enfim, poder dizer isto: não gosto de batom.
Sem uma namorada para dizer "você nunca reclamou, agora escreve"
(como se meu blogzinho querido tivesse uma imeeensa visibilidade!)
ou para dizer
"Eu não uso batom. Quem você andou beijando?"

Ninguém, recentemente, mas eu tenho memória.
Não muita, mas uma coisa tão ruim assim a gente não esquece.
Algumas pessoas a gente não esquece, também.

Mas precisa esquecer. Como gosto de dizer quando atraso alguma coisa, "antes tarde do que nunca".

2 comentários:

Anônimo disse...

tava com saudades de ler vc.
seu diário do colégio anda por aqui em algum lugar. Acho que nunca cheguei a lê-lo todo.

ps: dia desses ouvi "é tão certuuuu quanto o calor do corpuuuu" e não consegui conter um sorriso pra ti.

Airton Bolquett disse...

Dia desses ouvi, com um amigo comum, a mesma música, e tive a mesma reação. Lembrança, saudade e sorriso.