quarta-feira, 21 de maio de 2014

Histórias de Ronda

Nessa vida de policial vemos os piores momentos da sociedade. E ao acaso alguns momentos bons também.

Em uma noite de carnaval, fazíamos patrulha de rotina em uma estrada secundária quando avistamos um Corsa sedan preto com os vidros espelhados, rodando em uma velocidade muito baixa. Aquela atitude era suspeita, então decidimos abordar o veículo.

Para nosso alívio, o condutor era um homem bem vestido e no banco de trás estavam uma mulher com pinta de madame e um outro homem também sem aparência suspeita. Pareciam ser um casal rico com seu motorista particular.

Enquanto eu verificava o interior do carro à procura de álcool, vi que o passageiro do banco de trás mexeu uma das mãos muito rapidamente em direção à cintura.

Saquei minha arma e dei um passo em direção à sua janela, ordenando 'mãos ao alto'. Percebi que não havia arma, apenas seu piru mole fora da bermuda.

Minha testa se franziu enquanto eu tentava responder 'por que raios esse cara tá com o pau pra fora'? '.

No rosto da mulher a expressão era de vergonha. Olhei para o retrovisor interno e o motorista tinha o mesmo olhar da madame. O marido conduzia enquanto a mulher e o Ricardão se divertem no banco de trás.

(continua)