domingo, 30 de outubro de 2011

2011-10-30

Como eu já disse em alguma alguma postagem anterior, este blog é também um meio de comunicação. E é pessoal. Então eu falo de mim.

Não quero envolvimento sentimental com ninguém.

Se (como eu estou fazendo agora) alguém me perguntar por que escrevi isso, a resposta é 'para lembrar'.

Para me lembrar lembrar quais são meus acordos comigo.

E para informar, também. Todo mundo sabe que regra é feita para ser quebrada. E de vez em quando aparece uma ou um (eu) querendo cometer crime. Mas esta regra exige respeito.

Então, escrevo aqui e fica dito e lembrado. Documentado. Constando dos autos, como gosto de dizer.


Pouca coisa a dizer, frases curtas, raciocínio objetivo. Isso me lembra uma coisa que li dia destes:

FRASES CURTAS E CHUVAS DE VERÃO.

É um texto que publiquei (abril de 2010), esqueci, descobri (12 meses depois), re-esqueci e re-descobri (19 meses depois). Um ano depois de ter publicado, comentei "Ora, não é que é bom, mesmo? Nem lembrava!". Agora, um ano e sete meses depois, posso repetir o mesmo comentário. Este texto entrou para minha lista de melhores, sem dúvida.

P.s.: preciso fazer esta lista de melhores.


Gente, de verdade, obrigado pela atenção.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teste

Por que eu sempre acho que papéis são cheirosos? Não fico cheirando, mas gosto de sentir o cheiro. É a diferença entre comer e saborear.

Mesmo que o papel não tenha sido perfumado, ele me parece cheiroso. Talvez seja só porque eu não estou acostumado com papel e seu cheiro. Ou talvez ele seja perfumado, mesmo. Perfumado pelas palavras escritas, talvez.

Um papel, escrito, é um coracao exposto. São sentimentos e pensamentos mostrados, escancarados ao leitor.

Palavras, ditas, o vento leva. Como a fumaça do cigarro. Palavras escritas, assinadas, ficam, como queimadura.

Por isso, pela exposicão e pela perpetuidade (não achei palavra melhor), cuidado com o que se escreve. Pode ficar marcado.

Por outro lado, quando quiser falar, nao hesite. Diga, escreva, grite, tatue. Quem recebe pode gostar muito. Talvez não saiba valorizar. Talvez não na hora. Talvez nunca. Mas minha experiência sugere que mais vale dizer do que calar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

1

Faz tempo que não escrevo nada, né?
Não tive vontade.
Também estou com a cabeça cheia demais (para usar uma expressão popular) para pensar nisso.
Idiota, sim, porque quando comecei a escrever, isto era uma forma de terapia.
E um pouco de exibicionismo, também.
E o blog era um lugar onde eu gostava de escrever as coisas que eu penso.
Mas parei de pensar, também.
Não, nem tanto, mas...
Bom, cabeça cheia, espero que esteja claro.

Agradeço às poucas pessoas que perguntaram sobre eu ter sumido do blog. Naqueles momentos não consegui perceber, mas agora peço desculpas por ter respondido de um jeito grosso (como provavelmente fiz). É o meu comum. Talvez tenha sido até um pouco mais estúpido, porque este é um assunto que mexe bastante comigo. Obrigado. Desculpem.

Desde que o blog deixou de ser puramente terapia,
(quando comecei a contar para as pessoas que eu tinha um blog)
ele se tornou um meio de comunicação em massa.
Foi daí que veio a expressão "de mim para o mundo" que está na descrição do blog.

Teve uma época em que as postagens eram 'dedicadas', abertamente.
Foram as épocas do Grande Garoto, um dos personagens que desempenho.
Sim, porque eu sou um ator encenando uma peça que minha imaginação concebeu.
Um péssimo ator que gosta de ver atores habilidosos. E não chega a ser exigente. É iludido pelos efeitos mais básicos. Não teve uma educação artística crítica. Só informativa. Pelo menos essa (obrigado, mãe, pai).

Dia desses lembrei deu ma época estranha... Foi a adolescência. Época terrível. Um dos efeitos é que tenho sido mais condescendente com meu irmão, 15 anos.
Foi a época em que eu percebi que poucas pessoas entendiam o que eu falava.
Aí comecei a escrever.

E agora, depois de tanto tempo, tenho muitas coisa pra falar.
Estava sentindo falta de me abrir.
De dizer que não faz muito sentido fazer tantos planos.
Coisas acontecem.
Coisas boas e ruins, mais ou menos na mesma proporção, para cada um.
Às vezes em épocas.
Tempos bons e tempos ruins.
Sorte no jogo, azar no amor, estas coisas.

Saudade de citar os caras que eu gosto de ouvir:
"Eu só estranhava quando te via nua
e preferia de vestido bordô"
Oswaldo Montenegro

Saudade de dizer coisas como:
Estar solteiro é bom.
Na boa. Adoro conchinha, e estas coisas. Até prefiro,
Mas estar solteiro é bom.

Não to falando de putaria, não. É o que menos faço. Gosto da liberdade de não precisar pensar muito nas coisas que vou fazer, falar, escrever.
Gosto de dizer "o dia em que a arte tiver regras eu volto a fazer hamburger no McDonald's, que é mais fácil" mas, mesmo sem querer, quando estou namorando não escrevo certas coisas.

[Nunca sei a grafia correta de hamburger (que em português se escreve hambúrguer), mas Google + Wikipedia ajudam, gente. Não é difícil. E é mais bonito.

Não, não estou indo contra minha própria Reforma Ortográfica (eu tenho uma, sabiam?), que prega a liberdade de grafia. Mas segundo uma lógica. Exemplo: se a palavra "lógica" é escrita com 'g', por que escrever com 'j'? CaSa, eXistir, conSCiência, faZer, bAcon, e outras.
Só para fechar o raciocínio, minha Reforma Ortográfica é simples. O caso das palavras compostas, por exemplo. Querem que umas sejam, outras não, né? Só pra complicar. Facilitemos: separa tudo que for composto. Super-mercado, se quiserem. Faz sentido. Eu, autor, dou meu toque pessoal: um charmoso hífen em palavras como re-encontro. Este tipo de hífen não tem a menor finalidade. Apenas estético e chato, como batom.

Enfim, poder dizer isto: não gosto de batom.
Sem uma namorada para dizer "você nunca reclamou, agora escreve"
(como se meu blogzinho querido tivesse uma imeeensa visibilidade!)
ou para dizer
"Eu não uso batom. Quem você andou beijando?"

Ninguém, recentemente, mas eu tenho memória.
Não muita, mas uma coisa tão ruim assim a gente não esquece.
Algumas pessoas a gente não esquece, também.

Mas precisa esquecer. Como gosto de dizer quando atraso alguma coisa, "antes tarde do que nunca".